Armal: conheça peixe cuja carne é considerada 'de segunda' por pescadores

  • 01/05/2024
(Foto: Reprodução)
Espécie comum de água doce tem o cheiro e a aparência peculiar como os principais motivos do desinteresse em sua pesca. Armal é comum de águas doces e é evitado pelos pescadores Paulo Augusto/TG O armal (Pterodoras granulosus), ou abotoado, chama a atenção não apenas por conta de sua aparência ‘pré-histórica’, mas também por um fato curioso. O peixe, comumente encontrado em águas doces nas bacias hidrográficas Solimões-Amazonas e Paraná-Paraguai, não desperta o interesse dos pescadores tanto para a pesca esportiva quanto para a culinária. “O aspecto externo, associado a uma barriga geralmente grande e molenga (pois não possui escamas nem placas no abdome), além da dieta deste peixe, que muitas vezes tem um cheiro desagradável quando se eviscera, contribuem para que ele seja considerado peixe 'de segunda', mesmo a carne sendo saborosa”, explica Carla Simone Pavanelli, doutora em ictiologia. Segundo Carla, nos locais onde ocorrem espécies mais nobres, como pesqueiros famosos e turísticos na região do Pantanal brasileiro ou na província de Corrientes, na Argentina, a espécie não é considerada de importância, pois os pescadores optam pelos grandes migradores, como pintados, dourados e pacus. Outra característica curiosa sobre a espécie é sua fisionomia, que lhe rende a fama de ‘pré-histórico’. É considerado um peixe de couro e possui o corpo coberto por uma fileira de placas ósseas, como uma armadura. Além disso, possui uma série de espinhos ao longo da lateral do corpo e acúleos fortes e serrilhados nas nadadeiras. Por ter o corpo praticamente coberto por espinhos, o manuseio do peixe requer o dobro de cuidado. Armal possui uma fileira de espinhos ao longo da lateral do corpo que causam dificuldade no manuseio Paulo Augusto/TG A espécie Além do Brasil, o armal também ocorre na Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai. De acordo com Carla Pavanelli, a espécie não ocorria bacia do alto rio Paraná, mas passou a habitar depois da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, que alagou as Sete Quedas de Guaíra, que atuavam como uma barreira para várias espécies. Após a construção de Itaipu, passou a ocorrer nos estados do Paraná e São Paulo. A espécie habita águas de grande profundidade, como rios e poços profundos, matas inundadas, lagos de várzea e canais, onde rastreia o fundo em busca de comida. Devido à sua habilidade de nadar em profundidades maiores do que outras espécies, consegue suportar baixos níveis de oxigênio e temperatura. O peixe pode atingir até 80 cm de comprimento e 8 kg de peso. É uma espécie omnívora com alimentação baseada em moluscos e camarões de água doce, larvas de insetos, frutos e sementes (durante cheias), pequenos peixes e detritos do fundo dos rios. Armal - Pavanelli CS et al. 2023. Peixes comerciais do reservatório de Itaipu. Maringá: EDUEM, 280p. Celso Ikedo Além de sua importância para o ambiente em que habita, também apresenta importância econômica e de subsistência para a população ribeirinha de algumas regiões. Por ser migradora de curta distância, também pode atuar como dispersora de sementes de plantas nativas das matas ciliares dos rios em que ocorre, como é o caso da embaúba (Cecropia Sp.) *Texto sob supervisão de Fernanda Machado VÍDEOS: Destaques Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2024/05/01/armal-conheca-peixe-cuja-carne-e-considerada-de-segunda-por-pescadores.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Top 5

top1
1. AMOR

FRUTOS DO ESPIRITO

top2
2. ALEGRIA

FRUTOS DO ESPIRITO

top3
3. PAZ, PACIENCIA

FRUTOS DO ESPIRITO

top4
4. BENIGNIDADE e BONDADE

FRUTOS DO ESPIRITO

top5
5. FÉ, MANSIDÃO E TEMPERANÇA

FRUTOS DO ESPIRITO

Anunciantes